quarta-feira, 13 de junho de 2012

Uma (talvez-não-muito-)breve introdução à terapia fotodinâmica contra o câncer

Uma das terapias contra o câncer que vem empolgando médicos e cientistas é a terapia fotodinâmica (TFD). Ela funciona de maneira elegante.

Primeiramente, um agente fotossensibilizante é levado ao tumor. Na sequência, toda a área tumoral é iluminada com uma luz específica, geralmente proveniente de dispositivo laser ou LED.


Quem já sujou a mão com suco de limão e foi ao sol sabe qual é o resultado (!). Mas com a TFD o efeito pode ser limitado à área tumoral apenas.

A combinação de luz e fotossensibilizante induz a produção de espécies oxidantes potentes, levando à morte de células cancerosas, à obstrução dos vasos sanguíneos que alimentam o tumor e geralmente à ativação do sistema imunitário, que pode matar as células cancerosas locais restantes bem como as temidas metástases.

Além disso, como é necessário que haja a combinação de luz e fotossensibilizante, locais não iluminados não sofrem efeitos colaterais tão importantes quanto aqueles degradantes observados com a quimioterapia.

À esquerda um esquema simplificado dos passos da terapia fotodinâmica. À direita um paciente sendo tratado.

Na figura acima é possível reparar que a luz utilizada é vermelha. Por quê? A luz vermelha é a que consegue penetrar mais profundamente em nossos tecidos biológicos. Veja você mesmo em casa: vá a um lugar escuro, coloque a mão colada sobre o facho de luz branca de uma lanterna e voilà.... apenas a luz vermelha, que é um dos vários componentes da luz branca, consegue ser vista do outro lado da mão.


Senti a necessidade de postar hoje esta apresentação da TFD porque textos sobre pesquisas envolvendo este tema e nanotecnologia serão publicados neste nanorreico blog com uma boa frequência desta data em diante.

A nanotecnologia tem muito potencial para aprimorar os tratamentos de câncer por TFD. Determinadas nanoestruturas podem ser utilizadas para concentrar o fotossensibilizante na região do câncer. Com isso, por exemplo, a dose de fotossensibilizante administrada ao paciente poderia ser reduzida.

Qual a principal vantagem de reduzir a dose do fotossensibilizante? Imagine-se ao sol e com quantidades apreciáveis de fotossensibilizante indesejavelmente distribuídas pela sua bela e prezada pele. Mais uma vez, quem já fez caipirinha ao sol sabe do que eu falo. Uma imagens bem interessantes podem ser encontradas no Google Imagens com uma busca por "limão sol".

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