segunda-feira, 21 de maio de 2012

Nanopartículas para melhorar o odor de suas meias suadas. E para muito mais!

Já há algum tempo que se sabe das propriedades antimicrobianas de nanopartículas de prata.

Essas nanopartículas vêm sendo empregadas na produção de diversos materiais para evitar a manutenção e a proliferação de micro-organismos nestes. Maçanetas, corrimãos, pias e também, para alegria de muitos, roupas e fômites!

Meias que não fedem mesmo se deixadas no balaio por semanas após conterem o suor de um bom atleta?  Imagem de LabNews.


Mas ainda vem sendo discutido se a exposição prolongada às nanopartículas de prata pode ser danosa à saúde do exposto. Tanto esta nanopartícula quanto alguns subprodutos ou resíduos de sua produção poderiam exercer alguma toxicidade.

Ainda não se sabe se a própria nanopartícula de prata seria tóxica. A dúvida se sustenta na divergência entre os diversos trabalhos científicos que tratam do tema. Parece que estas nanopartículas não representam maior risco quando comparadas a materiais convencionais, não nanoestruturados, já disponíveis no mercado para os mesmos fins.

Quanto aos subprodutos e resíduos da produção desta partícula, tenho uma boa notícia. Pesquisadores do Departamento de Agricultura estadunidense (USDA - ver fonte) conseguiram produzir nanopartículas de prata diretamente sobre fibras de algodão utilizando água e o inócuo polietilenoglicol.

É um resultado que merece certa dose de empolgação, tanto pela redução de risco direto à saúde humana quanto por mais um sucesso da busca de materiais e processos industriais não ecotóxicos. A busca pela minimização da interferência dos processos industriais sobre ecossistemas faz parte do cotidiano de muitos nanocientistas.

Resultado desta técnica? Fibras de algodão com propriedades antimicrobianas produzidas com impacto ambiental e potencial tóxico reduzidos. Ah, e suas benesses: meias que não fedem após o futebol, toalha que não fede após o banho, tecidos que não favorecem a ocorrência de infecções hospitalares, etc...

FONTE: USDA, Journal of Nanoparticle Research

Um comentário:

  1. A questão é que o substrato (meia) libera prata a cada lavagem, progressivamente. Daí que há preocupação com relação ao meio ambiente.
    A nanotoxicologia é um campo ainda em construção, com poucos trabalhos publicados.
    Obrigado pela visita e o comentário no blog Voo de Galinha.

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