domingo, 11 de novembro de 2012

Sobre a escala das coisas

Já houve um tempo quando se acreditava que a Terra era o centro do cosmos.

Tudo o que pontilhava o domo celestial que maternalmente abrigava aquela "enorme tábua" chamava a atenção de um primata pelado específico que a povoava. 

Chamava a sua atenção não porque parecia ser fonte de mistérios sem fim a serem desbravados, mas porque eram considerados adornos divinos que suportavam a ideia do "crescei e multiplicai-vos porque aqui tudo gira em torno de vós, sois a razão e o fim de tudo".

Assim dizia a mística. Quem a questionou, por longos anos tarde idos, sofreu. Mas suas descobertas vingaram. E, como o poeta interviria aqui, não há força capaz de domar uma ideia cujo tempo tenha chegado. A cosmologia moderna vingou, assim como a ciência em toda a sua abrangência.

O que ninguém então imaginava é que a utopia, o roteiro  místico, imaginário, mas coletivamente idolatrado, supostamente arquitetado à perfeição por uma figura fraternal, era bem menos interessante que o panorama real. Duvida? Veja os vídeos abaixo e deleite-se.




O

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Nanofoguetes espaciais?

No vídeo disponibilizado abaixo, o renomado físico teórico Michio Kaku, cocriador da teoria das cordas, discorre sobre a possibilidade de usar nanossondas espaciais (sondas de von Neumann?) para explorar o cosmos à velocidade da luz.

Por mais que a ideia soe absurda para nós do século XXI, lembre-se que boa parte do que hoje é normal às nossas vistas já foi idealizada por visionários considerados loucos-de-pedra pelos seus então contemporâneos. E se há alguém que pode viajar na maionese sem medo de ser feliz, esse cara é o Michio Kaku, com certeza.


quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Contra a tecnofobia, que tal uma passada pela nossa história?

O vídeo abaixo expõe um curto discurso sensacional do Jornalista Leff Jarvis sobre a tecnofobia que acompanha a humanidade ao longo da história. Uma visão histórica do assunto pode colocar um pouco de sensatez em nossas cabeças que, por vezes, tendem a um conservadorismo extremo e alheio à realidade.

ACESSE O VÍDEO AQUI!
(UMA TRANSCRIÇÃO QUASE PERFEITA DO ÁUDIO PODE SER ACESSADA NA TELA DO PLAYER)

domingo, 9 de setembro de 2012

Um tapa na cara de quem tem os pés no chão

O vídeo abaixo discute sobre duas perguntas que ainda não foram respondidas: onde está todo mundo? quantos universos existem?

É mais um daqueles vídeos que te reduzem ao nano. Aproveite!

Para acionar as legendas em português, basta clicar no ícone captions no canto direito inferior do tocador. 


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Qual é a menor estrutura do universo?

Na história da ciência, sempre que uma nova estrutura subatômica é encontrada, surge a pergunta: do que ela é composta?

Bonecas russas. (Fonte).
Será que a busca pela menor estrutura existente no universo é um infinito brincar com bonecas russas?

O nano é um gigante para a física teórica.

A matéria da BBC de autoria do físico Andy Parker, que costuma brincar no Grande Colisor de Hádrons e lecionar em Cambridge, é interessante e levanta este tipo de questão. Acesse aqui!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Brasil importa experiência do MIT para estimular a inovação: uma alavanca ao parque industrial tupiniquim


Uma ação lançada neste ano pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) para a criação de institutos de tecnologia e de inovação contará com a parceria do Massachusetts Institute of Technology (MIT). A instituição estadunidense auxiliará na integração destes institutos com todos os outrosstakeholders, como empresas de todos os portes e academia. A ideia é instituir zonas de inovação e de empreendedorismo pelo país.

“Trata-se de uma oportunidade para criar uma atmosfera para que as grandes empresas percebam que podem gerar uma joint-venture ou entrar com capital anjo, por exemplo, beneficiando pequenas empresas que querem investir em inovação”, explicou o gerente executivo de Inovação e Tecnologia da CNI, Jefferson Gomes, nesta quarta-feira (15), durante o Congresso ABIPTI 2012.

Serão instalados, ao todo, 60 institutos de tecnologia e 23 de inovação, num prazo de três anos. A iniciativa será comandada pelo braço mais capilar do Sistema S – o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que dispõe de centros de pesquisa já maduros, a exemplo do Cimatec que faz parte do projeto piloto da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

A estrutura seguirá o modelo do grupo alemão Fraunhofer, também parceiro da iniciativa. Para a instalação dos empreendimentos, foi contraído junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) um empréstimo no valor de R$ 1,5 bilhão. Em contrapartida, a CNI entrou com R$ 400 milhões. Também serão investidos outros US$ 1,5 bilhão – recursos provenientes de parcerias dentro da iniciativa privada.

De acordo com o executivo da CNI, a principal característica dos institutos de inovação será o desenvolvimento de pesquisa aplicada. Todos os projetos serão em segmentos pré-competitivos e contemplarão, necessariamente, o compartilhamento da propriedade intelectual.

Para mapear as demandas da indústria já foram realizadas 52 visitas a empresas nos últimos oito meses.

Todos os institutos estarão relacionados com as universidades próximas aos empreendimentos. Espera-se complementar as redes já existentes. “Não estamos nem um pouco interessados em montar academias. Estes institutos estarão muito bem preparados para atender uma demanda industrial por pesquisa aplicada. No entanto, não contemplarão sozinhos a inovação. Isso é de responsabilidade da empresa”, destacou.

De acordo com a CNI, já em 2012 serão lançados oito institutos de inovação e 24 de tecnologia. Os investimentos individuais serão de R$ 15 milhões e R$ 40 milhões, respectivamente. Serão contempladas áreas diversas que vão desde o setor de alimentos e bebidas à mecânica, passando por biotecnologia e segurança cibernética.

“Essa estrutura toda tem que estar dentro de um plano de negócios, com perspectivas de investimentos futuros”, afirmou. Nesse sentido, a iniciativa contará com o apoio, ainda, do Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do governo. “Nós contamos fortemente com a possibilidade de aplicação de capital a fundo perdido. Temos uma oportunidade ímpar de usar capital de risco e aliar os famosos venture capital angel capital dentro dessas searas”, concluiu.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

MCTI lança edital para financiar pesquisa, desenvolvimento e inovação em nanotecnologia


Chamada MCTI/CNPq N º 16/2012


Esta Chamada tem por objetivo selecionar propostas para apoio financeiro a projetos que visem dar continuidade ao processo de expansão e consolidação de competências nacionais em nanotecnologia, a partir de tecnologias inovadoras para produção, prototipagem e/ou aumento de escala em nanomateriais, nanocompósitos e/ou nanodispositivos. 




domingo, 5 de agosto de 2012

Controlar a automontagem nanométrica pode trazer uma revolução dentro da revolução nanotecnológica


Leia abaixo a matéria publicada no sítio Inovação Tecnológica sobre a automontagem de nanoestruturas. Para mais informações, acesse aqui a postagem publicada neste blog sobre este mesmo assunto.

Estruturas automontantes podem trazer um revolução dentro da revolução nano.
Imagem: Pablo Damasceno et al./Science]


"O cientista brasileiro Pablo Damasceno é o principal autor de um estudo publicado no exemplar desta semana da revista Science que promete mudar o jogo no campo da nanotecnologia e da nanofabricação.

Cada vez em maiores apuros para manter o ritmo da miniaturização, sobretudo no campo da eletrônica, a indústria deposita suas esperanças na chamada fabricação "de baixo para cima", que torna possível alcançar uma precisão que não pode ser obtida pelas técnicas tradicionais "de cima para baixo".

Embora o conceito teórico proponha o uso de átomos e moléculas como blocos básicos de construção, o uso de nanopartículas é muito mais viável e realista, principalmente se baseado em técnicas de automontagem.

"Um dos maiores desafios em nanoengenharia química e de materiais hoje em dia é o de como criar novas estruturas - normalmente envolvendo arranjos complicados de nanopartículas - de uma forma completamente espontânea, auto-organizada, simplesmente seguindo as leis da termodinâmica," explica Damasceno.

"De fato, se quisermos continuar a criar eletrônicos com mais e mais transistores por centímetro quadrado, logo atingiremos o limite no qual será impossível organizar as partículas no padrão adequado devido a seu tamanho nanoscópico e à quantidade imensa. Um método de auto-organização, portanto, é o desejado," completou ele.



terça-feira, 17 de julho de 2012

Nanotecnologia verde para nanopartículas de prata

Uma técnica desenvolvida por cientistas da Universidade Aristóteles de Salónica e da Universidade Carlos III de Madri, propiciou obter nanopartículas de prata com o auxílio de extrato de medronheiro, uma panta muito comum no mediterrâneo.

Medronheiro (Arbustus unedo).

Geralmente, as nanopartículas de prata são produzidas com agentes redutores e estabilizantes de superfície (surfactantes) artificiais, nem sempre ecologicamente inócuos.

Nanopartículas de prata vistas por meio de microscópio eletrônico de transmissão.
Clique aqui para acessar a fonte da figura.


O interessante é que os componentes presentes no extrato do medronheiro atuam como redutores e como estabilizantes. Eles promovem a redução dos cátions de prata à prata metálica, formando assim as nanopartículas deste elemento, bem como formam uma camada estabilizante na superfície das nanopartículas, evitando assim que elas se agreguem ou cresçam demais durante sua produção.




Fonte: Pantelis Kouvaris et al. Green synthesis and characterization of silver nanoparticles produced using Arbutus Unedo leaf extract. Materials Letters Doi:10.1016/j.matlet.2012.02.025.



sexta-feira, 13 de julho de 2012

Evento na USP. Bionanomanufatura: Oportunidades para Inovação Tecnológica


O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) recebe, na próxima segunda-feira (16), a partir das 9 horas, o workshop Bionanomanufatura: Oportunidades para Inovação Tecnológica. O evento é promovido pela Coordenadoria de Planejamento e Negócios do Instituto.
Participarão pelo IPT profissionais envolvidos no desenvolvimento de pesquisas em binonanomanufatura. Também foram convidados empresas, órgãos governamentais e pesquisadores renomados para discutir o tema.
O evento acontece no auditório do novo núcleo de bionanomanufatura do IPT, que fica na Av. Prof. Almeida Prado, 532, Cidade Universitária, São Paulo.
Mais informações: (11) 3767-4000, email eventos@ipt.br

Fonte: Agência USP de Notícias

quinta-feira, 5 de julho de 2012

domingo, 1 de julho de 2012

Nanopartículas de supraconversão para terapia fotodinâmica

Retorno aqui à terapia fotodinâmica (TFD), já introduzida neste blog. Na primeira postagem sobre o tema já foi exposta a importância de a luz utilizada para a TFD penetrar profundamente em tecidos biológicos. Geralmente, os melhores resultados são obtidos com luz com comprimento de onda entre 600 e 800 nm.

Determinados tipos de luz infravermelha, invisível, com comprimentos de onda entre 800 e 1000 nm, também possuem alto poder de penetração em tecidos biológicos.

Há luz na escuridão, de um tipo pouco explorado em mas com muito potencial para TFD.
A nanotecnologia pode ajudar a explorá-la eficientemente.
Fonte da imagem aqui.
Porém, luz infravermelha além de 800 nm não pode ser utilizada em protocolos convencionais de TFD por não possuir energia suficiente para iniciar as principais fotorreações responsáveis pela eficácia da terapia.


Mas a nanotecnologia e a óptica não-linear parecem oferecer soluções para este problema por meio das nanopartículas de supraconversão, NSC (sugiro essa tradução ao termo inglês "upconversion nanoparticles", que vem sendo usado mesmo em português).

Um sistema baseado em NSC e projetado para TFD foi recentemente exposto em um artigo publicado em um periódico importante da área de nanotecnologia (ver fonte). Esse tipo de sistema permite utilizar, em TFD, comprimentos de onda na faixa do infravermelho além de 800 nm. No trabalho em questão, foi utilizada luz de comprimento de onda de 980 nm.

Este sistema funciona de maneira elegante: dois ou mais fótons (hv) são absorvidos pela nanopartícula de supraconversão (NSC) e convertidos a um único fóton de energia superior. É esse fóton mais energético que pode iniciar com o fotossensibilizante (FS) as fotorreações necessárias para produzir espécies reativas (ER) e oxigênio singlete, os quais causam danos à célula-alvo. O segredo das NSC está nos lantanídios de sua composição.


Tendo absorvido luz infravermelha, essa NSC emite intensamente luz verde (com comprimento de onda de 540 nm). Estes fótons emitidos possuem energia suficiente para iniciar fotorreações para a produção de espécies reativas como o oxigênio singlete. Esta NSC   emite ainda, em menor intensidade, luz vermelha.


Mas a produção das espécies reativas carece de um fotossensibilizante, visto que é este agente que funciona como um fotocatalisador. No trabalho em questão os autores usaram o rosa de bengala, que absorve intensamente a luz emitida pela NSC e então produz espécies reativas.


O rosa de bengala foi ligado covalentemente às NSC e o resultado foi um sistema ativado por luz infravermelha e útil à TFD. A figura abaixo mostra que as NSC excitadas com luz infravermelha emitem luz verde. Mas, quando associadas ao fotossensibilizante rosa de bengala, apenas a luz vermelha emitida por este sistema é observada, visto que a luz verde é intensamente, quase totalmente, absorvida pelo rosa de bengala.
Em "c", as NSC puras emitem intensamente luz verde quando excitadas com luz infravermelha. Em "d", apenas luz vermelha é emitida, visto que as NSC estão associadas covalentemente com o rosa de bengala (estruturas em vermelho na representação abaixo).

Este sistema de NSC e fotossensibilizante é uma solução genial à limitação representada pela relativamente baixa energia dos fótons com comprimento de onda acima de 800 nm.


Fonte: "Liu et alACS Nano20126 (5), pp 4054–4062" 

sábado, 30 de junho de 2012

Conferência de Nanotecnologia na USP, 2012



USP Nanotech Conference 2012
6 a 9 de dezembro, 2012
IFSC-USP


A Universidade de São Paulo está promovendo a partir de 2012,  um ciclo anual de Conferências USP, cobrindo dez diferentes áreas do conhecimento, consideradas estratégicas para a sociedade e para o desenvolvimento científico e tecnológico do país.  


Uma dessas áreas compreende as Nanociências e a Nanotecnologia,  que além de estarem na fronteira do conhecimento, são portadoras do futuro pela capacidade de revolucionar todos os setores da sociedade moderna, incluindo  os meios de produção de bens, produtos e serviços.

De fato, a possibilidade de manipulação controlada da matéria na escala manométrica (tipicamente de 1 a 100 nm) está permitindo gerar novos materiais com propriedades e aplicações inigualáveis, sem paralelo com os materiais micro ou macroscópicos. Assim, produtos mais leves, mais resistentes química, mecânica e termicamente, com novas funcionalidades, além de uma ampla variedade de dispositivos funcionais, já estão invadindo o mercado. 
O país precisa estar preparado para se inserir nesse novo contexto.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Palestrantes discutem Nanotecnologia aplicada à saúde no último dia de Simpósio de Nanotecnologia do Nordeste (Luís Correia, Piauí)


Por Ana Viana | Jornalista Pesquisa Piauí  

O último dia do Simpósio de Nanotecnologia do Nordeste foi marcado pela apresentação de grandes pesquisadores, com trabalhos focados na aplicabilidade das pesquisas à área da saúde. Os palestrantes reuniram, aproximadamente, cerca de 200 estudantes no auditório do Sesc Praia durante toda a tarde do dia 07 de junho, em Luís Correia, Piauí. 

A primeira a apresentar seus estudos foi a Dra. Ana Maria Costa Ferreira, doutora em Físico-Química pela USP. A pesquisadora abordou o tema: Potenciais Metalofármacos e seus Prováveis Mecanismos de Atuação.  Segundo ela, uma característica marcante dos pesquisadores piauienses é o entusiasmo, fundamental para qualquer trabalho de pesquisa. 

Outro grande profissional a participar do ciclo de palestras foi o Dr. Josué de Moraes, doutor em Biotecnologia pela USP. Com a apresentação de sua pesquisa, Nanotecnologia Aplicada a Doenças Parasitárias, ele falou sobre a grande preocupação com o tratamento das doenças negligenciadas, aquelas que atingem principalmente as pessoas de baixa renda. “As doenças negligenciadas recebem pouco incentivo das indústrias. Nosso objetivo é desenvolver novas drogas e utilizar a nanotecnologia para facilitar a entrega desses remédios, beneficiando a população de baixa renda”, frisa.

Dr. Josué de Moraes (USP)

As pesquisas do Dr. Josué de Moraes estão focadas especificamente no tratamento da esquistossomose, popularmente conhecida como barriga d’água, doença parasitária de grande impacto social e que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

Com a exposição das pesquisas: Nanotecnologia Aplicada a Modulação Hormonal, e Como Envelhecer bem com o Uso da Nanotecnologia, o Dr. Marco Antônio Botelho, da Universidade Federal do Ceará, e a Dra. Sonia Regina Mendes, especialista em Medicina Estética e Antienvelhecimento, puderam mostrar a aplicação prática e os benefícios trazidos pelo uso da Nanotecnologia para a saúde do homem.

“A Nanotecnologia é um caminho sem volta. Com ela, chega-se a resultados nunca antes imaginados. Desenvolvemos um gel para afta bucal que diminui o tempo de espera pela cura 15 para 5 dias”, afirma o Dr. Marco Antônio. O pesquisador fala também do projeto que irá proporcionar a produção e reposição de hormônios para mulheres na Menopausa. “A reposição de hormônios trará mais qualidade de vida para essas mulheres”.

Importante frisar também a participação do Dr. Luis Alexandre, da empresa Nanodynamics, que falou sobre a Transferência de Tecnologia na Área de Nanotecnologia. Segundo ele, o Brasil vem investindo muito em tecnologia, mas as pesquisas, muitas vezes, não chegam ao mercado, podendo ficar restritas aos laboratórios, ou serem aproveitadas por empresas de outros países. É necessário, em sua concepção, que se criem iniciativas para que as pesquisas realizadas aqui gerem um retorno direto ao país. “Nossas pesquisas não podem ser em vão, precisam trazer retorno para o país. Precisam gerar emprego e renda, crescimento econômico e melhoria de vida para a população”.

Dr. Luis Alexandre Muehlmann (Nanodynamics)

terça-feira, 26 de junho de 2012

Sobre como usar vírus para construir nanoestruturas projetadas pelo homem

Deixo aqui a bela apresentação realizada pela Sra. Angela Belcher, PhD, pesquisadora do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), sobre vírus programados geneticamente para nanoestruturar materiais úteis à construção de células de captação de energia solar e bateriais com eficiência recorde.

O vídeo e a matéria da BBC contendo a apresentação podem ser acessados com um clique aqui.


Este mesmo assunto já foi tema de uma postagem deste blog. Clique aqui para acessá-la.


Fonte: BBC

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Vídeo: Nano, a próxima dimensão

Descrição original do vídeo: "Nanosciences and nanotechnologies represent a formidable challenge for the research community and industry. World-class infrastructure, new fundamental knowledge, novel equipment for characterisation and manufacturing, multi-disciplinary education and training for innovative and creative engineering, and a responsible attitude to societal demands are required. This documentary film, made available by the European Commission, provides a glimpse of some of the many activities that are being carried out in Europe in these fast-grozing fields of research and technological development."

Tradução livre: "Nanociências e nanotecnologias representam um desafio formidável às comunidades de pesquisa e industrial. Infraestrutura de ponta, novos conhecimentos básicos, novos equipamentos para caracterização e produção, educação e treinamento multidisciplinares para um engenharia criativa e inovadora, e uma atitude responsável para as demandas sociais são requisitadas. Esse documentário, disponibilizado pela Comissão Europeia, dá uma ideia de algumas das muitas atividades que estão sendo desenvolvidas na Europa nestes campos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico que encontram-se em franca expansão"


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Uma (talvez-não-muito-)breve introdução à terapia fotodinâmica contra o câncer

Uma das terapias contra o câncer que vem empolgando médicos e cientistas é a terapia fotodinâmica (TFD). Ela funciona de maneira elegante.

Primeiramente, um agente fotossensibilizante é levado ao tumor. Na sequência, toda a área tumoral é iluminada com uma luz específica, geralmente proveniente de dispositivo laser ou LED.


Quem já sujou a mão com suco de limão e foi ao sol sabe qual é o resultado (!). Mas com a TFD o efeito pode ser limitado à área tumoral apenas.

A combinação de luz e fotossensibilizante induz a produção de espécies oxidantes potentes, levando à morte de células cancerosas, à obstrução dos vasos sanguíneos que alimentam o tumor e geralmente à ativação do sistema imunitário, que pode matar as células cancerosas locais restantes bem como as temidas metástases.

Além disso, como é necessário que haja a combinação de luz e fotossensibilizante, locais não iluminados não sofrem efeitos colaterais tão importantes quanto aqueles degradantes observados com a quimioterapia.

À esquerda um esquema simplificado dos passos da terapia fotodinâmica. À direita um paciente sendo tratado.

Na figura acima é possível reparar que a luz utilizada é vermelha. Por quê? A luz vermelha é a que consegue penetrar mais profundamente em nossos tecidos biológicos. Veja você mesmo em casa: vá a um lugar escuro, coloque a mão colada sobre o facho de luz branca de uma lanterna e voilà.... apenas a luz vermelha, que é um dos vários componentes da luz branca, consegue ser vista do outro lado da mão.


Senti a necessidade de postar hoje esta apresentação da TFD porque textos sobre pesquisas envolvendo este tema e nanotecnologia serão publicados neste nanorreico blog com uma boa frequência desta data em diante.

A nanotecnologia tem muito potencial para aprimorar os tratamentos de câncer por TFD. Determinadas nanoestruturas podem ser utilizadas para concentrar o fotossensibilizante na região do câncer. Com isso, por exemplo, a dose de fotossensibilizante administrada ao paciente poderia ser reduzida.

Qual a principal vantagem de reduzir a dose do fotossensibilizante? Imagine-se ao sol e com quantidades apreciáveis de fotossensibilizante indesejavelmente distribuídas pela sua bela e prezada pele. Mais uma vez, quem já fez caipirinha ao sol sabe do que eu falo. Uma imagens bem interessantes podem ser encontradas no Google Imagens com uma busca por "limão sol".

terça-feira, 29 de maio de 2012

Efeito lótus para vender

O vídeo abaixo mostra uma superfície coberta com um material impermeável a líquidos hidrofóbicos ou hidrofílicos. Tudo por conta da nanoestruturação do material. Lembra o efeito de lótus, anteriormente discutido neste blog, com o senão de funcionar também com líquidos hidrofóbicos. O material se chama Tecnadis PRS, é produzido pela companhia espanhola Tecnadis e pode ser comprado às toneladas. A composição ainda é segredo industrial.



Tradução da descrição do vídeo:
"Um novo produto repelente de água e óleo (!), baseado em nanopartículas, para proteger superfícies contra manchas tais como as provocadas por óleos ou gorduras, ou mesmo por gotas d'água. Pode recobrir diversos tipos de superfícies, internas ou externas. E nós nos esforçamos não apenas para conseguir uma gama de potenciais aplicações mas também para conferir [ao material] alta resistência a abrasão (muito importante para revestimento de pisos), total transparência quando aplicado e excelente durabilidade"

Descrição original em inglês:
A new water and oil repellent product based on nanoparticles to protect surfaces from stains such as fats and oils, or from simple water drops. It covers a multitude of indoor and outdoor surfaces. And we have not only worked to achieve a wide range of application possibilities but equally we have worked to generate a high capacity of resistance to abrasion (very important when treating floors), in full transparency when applied and an excellent durability.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Nanopartículas de prata: seus efeitos sobre um crustáceo planctônico

Mais um estudo sobre o potencial ecotóxico das nanopartículas de prata acaba de ser publicado.
Daphnia magna, crustáceo planctônico também conhecido como pulga d'água.
(Imagem de © Joachim Mergeay, obtida em pondscape.be)
Neste estudo foi avaliada, em laboratório, a toxicidade da prata sobre um crustáceo planctônico, Daphnia magna. Os testes foram realizados com a prata sob as formas de nanopartículas e íons em solução (nitrato de prata).

O D. magnata exposto à prata sob suas diferentes formas apresentou alterações em seu comportamento que indicam prejuízo de suas funções vitais. O estudo chega à conclusão de que íons prata em solução são muito mais tóxicos que as nanopartículas de prata. Isso já era esperado, visto que diversos estudos relatam que íons prata livres são extremamente danosos a sistemas biológicos.

Porém, mesmo que lentamente, nanopartículas de prata liberam íons prata em soluções aquosas. Dessa maneira, os autores do estudo recomendam que as nanopartículas de prata sejam consideradas potencialmente ecotóxicas e que sua liberação ao meio ambiente seja evitada.


Fonte: "Asghari et al. 2012 Toxicity of various silver nanoparticles compared to silver ions in Daphnia magna. Journal of Nanobiotechnology 10:14". Disponível gratuitamente em Journal of Nanobiotechnology.

Nanoemulsão de anfotericina B contra o fungo Aspergillus niger


Descrição do vídeo, dada pela autora: "A estudante de Farmácia e bolsista de iniciação tecnológica Laura Czekster Antochevis apresenta o trabalho que auxiliou no desenvolvimento, intitulado "Formulação e avaliação in vitro de nanoemulsão de anfotericina B em Aspergillus Niger" .O mesmo tem como principais objetivos desenvolver e caracterizar uma nanoemulsão de anfotericina B passível de administração parenteral através da técnica de homogeneização à alta pressão e avaliar a suscetibilidade do fungo Aspergillus niger in vitro frente à nanoemulsão produzida."

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Nanopartículas para melhorar o odor de suas meias suadas. E para muito mais!

Já há algum tempo que se sabe das propriedades antimicrobianas de nanopartículas de prata.

Essas nanopartículas vêm sendo empregadas na produção de diversos materiais para evitar a manutenção e a proliferação de micro-organismos nestes. Maçanetas, corrimãos, pias e também, para alegria de muitos, roupas e fômites!

Meias que não fedem mesmo se deixadas no balaio por semanas após conterem o suor de um bom atleta?  Imagem de LabNews.


Mas ainda vem sendo discutido se a exposição prolongada às nanopartículas de prata pode ser danosa à saúde do exposto. Tanto esta nanopartícula quanto alguns subprodutos ou resíduos de sua produção poderiam exercer alguma toxicidade.

Ainda não se sabe se a própria nanopartícula de prata seria tóxica. A dúvida se sustenta na divergência entre os diversos trabalhos científicos que tratam do tema. Parece que estas nanopartículas não representam maior risco quando comparadas a materiais convencionais, não nanoestruturados, já disponíveis no mercado para os mesmos fins.

Quanto aos subprodutos e resíduos da produção desta partícula, tenho uma boa notícia. Pesquisadores do Departamento de Agricultura estadunidense (USDA - ver fonte) conseguiram produzir nanopartículas de prata diretamente sobre fibras de algodão utilizando água e o inócuo polietilenoglicol.

É um resultado que merece certa dose de empolgação, tanto pela redução de risco direto à saúde humana quanto por mais um sucesso da busca de materiais e processos industriais não ecotóxicos. A busca pela minimização da interferência dos processos industriais sobre ecossistemas faz parte do cotidiano de muitos nanocientistas.

Resultado desta técnica? Fibras de algodão com propriedades antimicrobianas produzidas com impacto ambiental e potencial tóxico reduzidos. Ah, e suas benesses: meias que não fedem após o futebol, toalha que não fede após o banho, tecidos que não favorecem a ocorrência de infecções hospitalares, etc...

FONTE: USDA, Journal of Nanoparticle Research

sexta-feira, 18 de maio de 2012

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Farmacêuticas terão R$ 5 bilhões do BNDES


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) está reestruturando o Profarma, programa de apoio ao desenvolvimento do complexo industrial da saúde, e vai elevar a carteira para R$ 5 bilhões. Esses recursos estarão disponíveis a partir de julho deste ano até 2016 para financiar projetos de inovação e expansão das indústrias farmacêuticas instaladas no País. Nesse montante estão incluídos futuros negócios envolvendo o braço de participações do BNDES, o BNDESPar.


Criado em 2004, o Profarma já foi reestruturado duas vezes. Essa terceira fase do programa de financiamento terá um perfil voltado para projetos de inovação, com forte apoio do governo federal, que faz suas apostas no desenvolvimento de medicamentos complexos no País.


A carteira do Profarma até o abril totalizava R$ 3,5 bilhões, dos quais R$ 2,097 bilhões já estavam comprometidos com financiamentos para o setor. Em 2011, pela primeira vez desde que o programa foi criado, os projetos de inovação ultrapassaram os de produção (estímulo de expansão de unidades, por exemplo). No ano passado, os desembolsos para inovação ficaram em 50% do total, enquanto os de produção ficaram em 39%.


Pedro Palmeira, chefe do departamento de produtos intermediários químicos e farmacêuticos do BNDES, acredita que os projetos de inovação tendem a despontar mais nos próximos anos. Segundo ele, as empresas nacionais estão começando a direcionar seus investimentos para biotecnologia. “No início do programa, as demandas eram mais voltadas para adequação das fábricas existentes, por exemplo.”


As multinacionais farmacêuticas também começaram a encaminhar projetos para serem financiados pelo BNDES, informou João Paulo Pieroni, gerente do departamento de produtos intermediários químicos e farmacêuticos do banco. Do total desembolsado pelo banco para o setor, apenas 15% dos recursos vão companhias estrangeiras.

(Com informações do Valor Econômico)
Fonte: ANPEI

Governo quer lei para facilitar aproveitamento da biodiversidade


O governo está finalizando uma proposta de lei que desburocratiza as pesquisas envolvendo o aproveitamento da biodiversidade nacional para produção de cosméticos e medicamentos.
No final de 2010, mais de 300 processos de regularização de atividades de bioprospecção e desenvolvimento tecnológico aguardavam decisão do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN), do Ministério do Meio Ambiente. Os casos ainda estão sendo analisados nas reuniões mensais do órgão, o responsável pelas autorizações de acesso aos recursos genéticos. A proposta é regularizar a situação dessas atividades, sem eximir multas e outras punições.


Segundo Carlos Joly, assessor do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), uma das novidades da legislação a ser proposta é que o controle mais rigoroso sobre licenças e contratos será feito apenas na fase em que o produto derivado de recursos genéticos for, de fato, para o mercado.


Hoje, os pesquisadores têm que apresentar toda a documentação no início do processo. O esforço burocrático, entretanto, muitas vezes é desperdiçado, porque 95% de todo o trabalho de bioprospecção (projeção sobre potencial dos recursos) não resultam em produtos que podem ser comercializados.


Em pelo menos outros dois pontos da proposta, o grupo de técnicos dos seis ministérios envolvidos ainda não encontrou consenso. Um deles trata da tarifação dos benefícios oriundos do uso da biodiversidade. A lei precisa prever um retorno, em porcentagem de ganhos, para o provedor do recurso, que pode ser tanto a União, no caso de moléculas encontradas em unidades de conservação, quando proprietários de áreas particulares. Outro aspecto polêmico é o tipo de punição que deve ser aplicado em caso de descumprimento.


Depois que técnicos dos ministérios da Saúde, do Meio Ambiente, da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Agricultura, do Comércio Exterior e das Relações Exteriores finalizarem a proposta, o texto será encaminhado para análise da Casa Civil. Só então será encaminhado para apreciação do Congresso Nacional.

(Com informações da Agência Brasil)
 Fonte: ANPEI

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Sobre como isolar circuitos moleculares


Pesquisadores da Universidade de Copenhague desenvolveram uma nova plataforma que pode ser usada para o desenvolvimento de componentes eletrônicos moleculares.
Grafeno pode ser usado para isolar moléculas em um circuito eletrônico molecular.
Este novo dispositivo pode evitar problemas que vinham limitando o avanço da nanoeletrônica e o consequente grande salto para frente da informática.

Já foram criados inúmeros componentes eletrônicos moleculares, perfeitamente funcionais. O problema estava na questão de como construir circuitos maiores a partir dos protótipos básicos. Quando os componentes eletrônicos moleculares eram conectados aos eletrodos, que lhes fornecem energia e leem seus cálculos, ocorria o curto-circuitamento do sistema.

Foi necessário esperar pela descoberta do alótropo de carbono conhecido como grafeno para que a base da plataforma nanotecnológica agora criada pelos cientistas dinamarqueses pudesse emergir, trazendo a solução para os problemas de antes.

"Nós agora podemos colocar uma das nossas lâminas de grafeno por cima das moléculas, protegendo o sistema dos curtos-circuitos. Foi assim que desenvolvemos uma nova plataforma tecnológica para uso no desenvolvimento de novos componentes eletrônicos baseados em moléculas," disse Kasper Norgaard.

O pesquisador explica que sua equipe agora está tentando utilizar moléculas com diferentes propriedades sobre a plataforma de grafeno - por exemplo, moléculas que podem alternar entre condutoras e não-condutoras.

Isso abrirá o caminho para a eletrônica do futuro em áreas como novas tecnologia de memória, telas ultra-finas e células solares mais eficientes.

Contanto que outro desafio igualmente íngreme quanto os curto-circuitos moleculares não surja pela frente dessa área tão promissora.

Referência: artigo sob DOI: 10.1002/adma.201104550
(Com informações do sítio Inovação Tecnológica)

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Empresas brasileiras aumentam seus esforços para inovar


O Índice Mundial Derwent de Patentes (DWPI), produzido pela Thomson Reuters, mostrou que o total de pedidos de patentes inovadoras no Brasil aumentou 64% entre 2001 e 2010. Do total apurado na década, 27% são patentes de universidades e o restante de propriedade de companhias privadas. No ranking das dez maiores produtoras de patentes, cinco são companhias: Petrobras, Semeato Indústria e Comércio, Máquinas Agrícolas Jacto, Vale e Usiminas.
O crescimento de 64% nos registros aponta uma evolução do País, mas o número absoluto é pequeno, se for considerado que o índice contempla 48 milhões de registros de patentes no mundo. A China lidera o ranking com 3 milhões de registros inovadores.

De acordo com esse índice, é considerada “inovadora” ou “básica” a primeira patente registrada de uma tecnologia, seja produto ou processo. Outras patentes registradas posteriormente sobre um mesmo produto ou processo são classificadas como “equivalentes”.

A Petrobras aparece em primeiro lugar no ranking. A companhia acumula 1.349 depósitos de patentes no Brasil e 2.530 no exterior, sendo a maior titular de registros no país, de acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI). Por esse estudo, que avaliou a produção de patentes “inovadoras” entre 2001 e 2010, a Petrobras ocupa a primeira posição, com 415 registros.

Entre as instituições que lideram o índice DWPI no Brasil, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) foi uma das que apresentou a maior proporção de patentes inovadoras do total de registros efetuados. De 130 pedidos de patentes já feitos, 79 foram considerados inovadores, segundo os critérios da pesquisa.

(Com informações do Valor Econômico)

Fonte: ANPEI

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Encontro Internacional em Nanotecnologia

Evento sobre nanotecnologia aplicada a cosméticos (nanocosmetologia).



Hotel Pullman Ibirapuera - Rua Joinville 515 - São Paulo, SP
17 e 18 de maio de 2012 - das 08h30 às 17h00


Programação Preliminar

17 de maio de 2012

8h30
Credenciamento e Welcome Coffee

9h00
Abertura do 1º dia

9h30
Nanotecnologia – Uma visão global sobre lançamentos e principais tendências, Jane Henderson, Presidente da Mintel Beauty Division, REINO UNIDO
A apresentação proporciona um insight sobre o uso da nanotecnologia e dos nanoingredientes em lançamentos de produtos de beleza e de cuidados pessoais, tais como pele e cabelo. Além disso, esta apresentação procura explorar as tendências em ‘claims’ e conceitos, e ainda, novidades relacionadas a estes lançamentos em todo o mundo.

10h10
Conclusões do estudo “Nanotecnologias: subsídios para a problemática dos riscos e regulação”, Marina Pereira Pires de Oliveira, responsável pelo projeto de nanotecnologia da ABDI – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial

10h50
Coffee Break
PILAR 1: PESQUISA E FORMULAÇÃO
Os princípios que devem ser considerados na formulação ou na escolha de nanomateriais na aplicação de produtos para pele e cabelo.

11h10
Formulações de Nanotecnologias para aplicação na pele: estrutura e destino, Prof. Dr. Elias Fattal, Universidade de Paris, Faculdade de Farmácia, FRANÇA
Skin Delivery está entre as primeiras vias de administração de substâncias, onde nanotecnologias, chamados lipossomas, foram aplicados em produtos cosméticos, no início da década de 1980. Hoje é possível projetar um grande número de nanotecnologias, entre os quais algumas foram introduzidas em produtos cosméticos. Elas podem ser divididas em dois tipos: nanopartículas orgânicas e inorgânicas.
As nanopartículas de materiais orgânicos incluem lipossomas e estruturas associadas (niosomes ®, ethosomes ®, vesículas elásticas, transfersomas ® …), nanopartículas lipídicas sólidas, nanopartículas de polímeros e nanoemulsões. Formular tais sistemas sem qualquer ingrediente ativo faz com que sua fabricação seja simples. No entanto, a principal aplicação das nanotecnologias é entregar compostos ativos. O desafio em termos de formulação reside na seleção da nanotecnologia correta e da metodologia otimizada para a sua produção, permitindo conceber partículas com tamanho adequado, propriedades de superfície e elevada carga de droga. A estabilidade das nanotecnologias também deve ser garantida. As nanopartículas produzidas de materiais inorgânicos incluem fulerenos ou de óxido de metal. Estas nanopartículas têm a sua própria funcionalidade, quer como antioxidante para os fulerenos ou protetores solares para o dióxido de titânio.
O desafio em termos de entrega é permitir que essas partículas atinjam o alvo. No entanto, é reconhecido que na maior parte todas estas nanopartículas após aplicação na pele permanecem na sua superfície até que sejam limpas ou após a ruptura da sua estrutura inicial. Os seus constituintes podem, contudo, difundir-se através da pele e modificar as propriedades de barreira. Podem ainda distribuir-se nos folículos pilo-sebáceos atingindo as camadas mais profundas da pele. Além disso, as nanopartículas inorgânicas pequenas, devido ao seu pequeno diâmetro (abaixo de 10 nm) também podem atravessar a pele e acumular-se no organismo sem ser eliminadas.
Esta apresentação se concentrará na discussão das características físico-químicas de cada nanotecnologia em relação ao seu destino após a administração na pele.

12h00
O que é preciso saber sobre um nanomaterial para sua aquisição junto a um fornecedor: quais as suas características para aplicação em produtos de cabelo ou pele, Profa Dra. Silvia Guterres, UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Serão apresentadas as principais características para reconhecimento de um nanomaterial para aplicação cosmética, incluindo as matérias-primas constituintes, funcionalidades, propriedades físico-químicas essenciais e organização supramolecular. Serão discutidos exemplos e oportunidades de vantagens decorrentes da incorporação de nanomateriais em diversos tipos de cosméticos.

12h50
Estado da arte em nanotoxicologia de materiais na escala nanométrica aplicados no cabelo e a pele, Prof. Dr. Nelson Durán, Unicamp – Universidade Estadual de Campinas
A aplicação de nanomateriais em produtos cosméticos tem sido um tema de discussão atual na mídia, círculos científicos e na maioria das políticas de mercado nos últimos anos. Os temas toxicológicos têm sido levantados devido aos trabalhos de pesquisa conflitivos relacionados com segurança de nanomateriais e a falta de acordos entre pesquisadores sobre se estes produtos são seguros no uso dérmico. Esta apresentação lidará com estes aspectos em termos de toxicologia e seu estado atual relacionado mais especificamente em uso de cosméticos no cabelo e na pele.

13h40
Almoço
PILAR 2: NANOMETROLOGIA

15h00
Ferramentas metrológicas para caracterização físico-química confiável dos nanomateriais: aspectos específicos de caracterização dimensional de nanopartículas, Oleksii Kuznetsov, Pesquisador de Metrologia e Qualidade do INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
Serão discutidos os principais aspectos metrológicos das medições de propriedades de nanomateriais. Será apresentado o estado da arte em problemas específicos de desenvolvimento de padrões primários e secundários, fabricação de materiais de referência, validação de métodos e calibração de instrumentos para medidas dimensionais de nanopartículas.

15h45
Técnicas de Caracterização de Nanomateriais aplicadas a Cosméticos, Natália Neto Pereira Cerize, Pesquisadora do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas, do Centro de Tecnologia de Processos e Produtos, do Laboratório de Processos Químicos e Tecnologia de Partículas
Serão apresentadas algumas técnicas de caracterização aplicadas a nanomateriais (nanoemulsões, nanocápsulas, lipossomas, nanoesferas, etc) abrangendo: análise morfológica, tamanho de partícula, potencial zeta, área superficial, entre outras. E também, uma abordagem sobre a caracterização de nanomateriais incorporados a produtos cosméticos.

16h30
Mesa Redonda
Mediador: Carlos Praes, coordenador dos grupos de Nanotecnologia da ABIHPEC/ITEHPEC

17h00
Encerramento

18 de maio de 2012

8h30
Credenciamento e Welcome Coffee
PILAR 3: SEGURANÇA
Segurança dos Nanomateriais e Comprovação da Segurança desde a Pesquisa até o Consumidor

9h00
Avaliação de Segurança de produtos cosméticos contendo nanomateriais. Um enfoque na segurança de nano-ingredientes, Pedro Amores da Silva, INFARMED – Autoridade Nacional de Medicamentos e Produtos de Saúde – PORTUGAL
O debate mundial acerca da segurança de nanomateriais visa estabelecer métodos de avaliação destes novos ingredientes fornecendo garantias ao consumidor da sua inocuidade. Será debatida a metodologia de segurança que irá ser utilizada na europa para estes ingredientes.

9h50
Abordagens para a segurança dos nanomateriais e conformidade com os regulamentos no setor de cosméticos, Profa Dr. Qasim Chaudhry, FERA – Food and Environment Research Agency, REINO UNIDO
A apresentação irá destacar as principais preocupações de segurança em relação ao uso de nanomateriais em produtos cosméticos. Irá descrever ainda as abordagens atuais para garantir a segurança dos nanomateriais em diferentes jurisdições reguladoras, e destacar os principais desafios na avaliação da segurança dos nanomateriais em formulações cosméticas.

10h40
Coffee Break

11h00
Esclarecimentos sobre a segurança dos nanomateriais. Ensaios e estudos atuais realizados para os nanomateriais que têm sua segurança comprovada, Prof. Dr. José Mauro Granjeiro, Especialista Sênior em Metrologia e Qualidade do INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia Normalização e Qualidade Industrial
A nanometrologia é a ciência da medição em escala nanométrica. Ela tem um papel crucial na produção de nanomateriais e dispositivos nanoestruturados com um alto grau de precisão e confiabilidade na escala nanométrica. Novas técnicas de preparação e de mensuração de propriedades de nanomateriais de referência devem ser desenvolvidas e harmonizadas, combinando o conhecimento acadêmico, industrial/tecnológico e metrológico existente em diversos campos. Como a nanotecnologia vem sendo cada vez mais difundida, o manejo das questões de saúde e de segurança durante todo o ciclo de vida (a partir de P&D, passando pela produção e até a eliminação) é essencial. Da mesma forma devem estar disponíveis os materiais de referência, as normas, dados de referência, instrumentos e métodos transferíveis de medição e modelos teóricos. A apresentação visa destacar os desafios da área e discorrer sobre a segurança dos nanomateriais, mostrando ensaios e estudos dos materiais seguramente comprovados e, ainda, levantar a discussão com o público na questão dos materiais de referência.

11h50
Segurança de cosméticos contendo nanoingredientes: o que muda? Como e por que monitorar o produto no mercado?, Dra. Flávia Addor, Diretora Técnica da Medcin Instituto da Pele
Os nanoingrientes na cosmética atual já são uma realidade. A comprovação de segurança de uma inovação deste porte não somente passa pela avaliação toxicológica, mas por um monitoramento do comportamento do produto no pós-venda: a cosmetovigilância trará uma riqueza de informações sobre o perfil de segurança, imprescindíveis para a avaliação racional de desenvolvimentos futuros.

12h40
Almoço
PILAR 4: EFICÁCIA
Comprovação da Eficácia dos Produtos com Nanomateriais

14h00
Disposição de nanomateriais aplicados sobre a pele: avaliação e imagem, Prof. Dr. Richard Guy, Universidade de Bath, REINO UNIDO
A pele intacta apresenta uma formidável barreira à penetração e permeação de xenobióticos, bem como fornece protecção à invasão bacteriana. A camada de pele menos permeável, o estrato córneo exterior, primeiramente restringe a perda imperceptível de água do tecido, como tal, também limita de forma muito eficiente o transporte para o interior de produtos químicos em contacto com a pele. Para penetração molecular, as relações de estrutura-transporte mostram que lipofilicidade e tamanho são determinantes cruciais da absorção transdérmica; produtos químicos com pesos moleculares muito maiores do que ~ 1000 Daltons mal penetram a pele.
O desenvolvimento da nanotecnologia, bem como a presença onipresente de nanopartículas (e outras nanoestruturas), tem levantado questões sobre avaliação de exposição, risco e segurança. Tais estruturas já estão presentes, por exemplo, em formulações cosméticas, e estão regularmente em contacto com a pele humana. À medida que a incidência de tal exposição só é suscetível de aumentar no futuro, é razoável questionar o destino de nanopartículas em contacto da pele, e desenvolver técnicas (por exemplo, a dispersão de Raman coerente, microscopia confocal) para avaliar o tempo de residência destas espécies sobre a pele e dentro dela, avaliando o seu grau de interação com a barreira.

14h50
Eficácia e Segurança de Nanotecnologias destinadas à aplicação na pele, Prof. Dr. Elias Fattal, Universidade de Paris, Faculdade de Farmácia, FRANÇA
A eficácia de nanotecnologias para entregar drogas através da pele têm sido amplamente documentado para sistemas vesiculares incluindo lipossomas que foram relatadas para melhorar a entrega de uma variedade de drogas activas, incluindo triamcinolona, metotrexato, hidrocortisona, tretinoína, tacrolimus, rodamina, ciclosporina e anti-androgénios. Relatórios sobre ativos cosméticos são, no entanto, muito menos disponível. Apesar destas observações, os outros grupos têm mostrado que não há alteração na entrega de drogas em comparação com as preparações clássicas. No entanto, a entrega transdérmica utilizando lipossomas como transportadores tenha sido ilustrada em alguns poucos casos onde a droga encapsulada foi capaz de atravessar todas as camadas da pele. Um número de estudos demonstraram que a composição de vesículas (por exemplo, a inclusão de lípidos da pele, lípidos carregados positivamente, a presença de agentes tensioactivos na bicamada pode ter um efeito sobre a permeação substância.
O estado dos bicamadas lipídicas das vesículas, isto é, a fase de cristal líquido ou fase de gel, também afeta a entrega por via dérmica e transdérmica: vesículas estado de cristal líquido podem ser mais eficazes. Estes resultados foram confirmados in vivo. Outras propriedades físico-químicas, tais como carga de partículas, o tamanho de partícula e lamelaridade, podem também influenciar o grau de transporte de substâncias. Outras vesículas além dos lipossomas foram concebidas com o objectivo de melhorar a entrega transdérmica e tópica de substâncias. Exemplos disso incluem vesículas feitas de tensoativos não-iónicos (niosomes ®), vesículas que contêm uma elevada percentagem de etanol (ethosomes), vesículas ultraflexíveis (transfersomas ®).

15h40
Mesa redonda
Mediador: Profa Dra. Silvia Guterres, UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Além do debate da mesa redonda, será apresentado um esquema com a consolidação dos pontos-chave de cada pilar abordados durante os dois dias do Encontro. Será produzido ainda um documento com a síntese de todos os aspectos discutidos acerca da nanotecnologia. O documento contendo os apontamentos do setor deverá ser encaminhado para as autoridades governamentais com o objetivo de subsidiar na construção de políticas adequadas para o desenvolvimento da nanotecnologia.

16h30
Encerramento